O deputado Rodrigo Bacellar e o governador Cláudio Castro aproveitaram a participação no evento para conversarem sobre uma solução que atenda aos professores, em greve, e que caiba na previsão orçamentária do Rio de Janeiro
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (PL), participou do seminário Esfera RJ, realizado no Hotel Copacabana Palace, nesta sexta-feira (16), no Rio de Janeiro. O evento reuniu autoridades e representantes da iniciativa privada para discutir temas relacionados ao desenvolvimento do estado. Bacellar participou do painel “O Rio de Braços Abertos”, que encerrou o seminário, ao lado do governador Cláudio Castro (PL) e do presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Ricardo Cardozo. Em sua fala, o presidente da Alerj, que é natural de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, destacou a importância dos municípios do interior para o crescimento social e econômico.
“Tenho muita tranquilidade em vir do interior porque o Rio de Janeiro, como um todo, é muito rico, com lugares que o mundo todo quer conhecer. Há municípios riquíssimos para a agricultura do estado, que ficavam esquecidos em gestões anteriores. Cláudio [Castro] e eu nos completamos porque entendemos que não dá para ter um estado forte sem ter um interior muito forte”, afirmou.
Ainda falando sobre o desenvolvimento econômico do interior, Bacellar ressaltou a importância do Porto do Açu, em São João da Barra. “É um empreendimento fabuloso, com uma das maiores extensões de terra do mundo e capacidade de expansão. Logo no meu primeiro mandato, o governador me convidou para ser secretário de Governo e, desde então, fizemos com que o interior fosse visto. Ainda neste ano, queremos entregar a Ponte da Integração, ligando São João da Barra a São Francisco do Itabapoana e Campos, por onde irá escoar a produção do Porto do Açu”, complementou.
Em consonância com a fala de Bacellar, Cláudio Castro apontou para a importância da geração de empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Rio de Janeiro está entre os três estados que mais abrem oportunidades. “Temos uma visão clara do desenvolvimento. A gente busca pelo emprego. O que o Rio de Janeiro demanda do Governo Federal é infraestrutura e um ajuste na nossa dívida, com uma condição competitiva. O Rio não quer o peixe, quer aprender a pescar”, disse.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Embarcações, instalada na Alerj nesta semana, também foi tema do painel. Rodrigo Bacellar salientou que as discussões sobre o assunto foram intensificadas a partir do fim do ano passado, após a colisão de um navio abandonado com a Ponte Rio-Niterói. “Há muitas embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. A Comissão é importante para aprofundar os estudos, já que envolve questões ambientais, e temos feito isso junto com o Ministério Público e especialistas”, pontuou.
Bacellar, Castro e Cardozo foram unânimes ao afirmar que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estão em perfeita harmonia no Rio de Janeiro. “Fico muito feliz em poder dizer que nós três somos amigos. Isto só tem a ajudar no desenvolvimento do Estado”, disse o presidente do TJRJ.
Durante o seminário, o diretor-presidente da Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae), Aguinaldo Ballon, revelou que nos próximos quatro anos estão previstos R$ 5 bilhões em investimentos, sendo metade do montante destinado à nova Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. Em seguida, o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo de Saboia, anunciou que o Estado do Rio deverá arrecadar R$ 126 bilhões, em royalties do petróleo, até o ano de 2027, enquanto os municípios fluminenses receberão R$ 90 bilhões. “Mais de 80% do óleo e gás natural do Brasil vêm do Rio de Janeiro”, observou.
Greve dos professores
O presidente da Alerj e Castro aproveitaram a participação no seminário e conversaram sobre soluções para a atender às reivindicações de melhorias salariais dos profissionais da educação, hoje em greve, dentro da atual realidade financeira do estado.
“Recebi o Sepe há duas semanas e conversamos sobre a necessidade de os professores fazerem uma proposta dentro de uma realidade que o estado possa pagar o reajuste da categoria, que é justo”, comentou Bacellar.
Já Castro solicitou ao presidente Lula (PT), em sua recente viagem a Brasília, que a Educação saia do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Essa é uma tentativa de conceder aumentos aos professores.
A proposta dos profissionais da educação, da forma como está posta, geraria um impacto anual de R$ 6 bilhões a mais nas contas do estado. “Temos trabalhado para atender ao pleito dos profissionais do magistério, mas dentro de uma razoabilidade. Estamos tentando resolver essa situação, mas com os pés no chão”, frisou Bacellar.
Foto: Erick Quintanilha | Texto: Vítor d’Avila