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FUNDO SOBERANO: EMPRESÁRIOS DA REGIÃO DOS LAGOS APONTAM INVESTIMENTOS PARA INCENTIVAR O TURISMO

FUNDO SOBERANO: EMPRESÁRIOS DA REGIÃO DOS LAGOS APONTAM INVESTIMENTOS PARA INCENTIVAR O TURISMO

Em reunião com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT) foram destacados projetos viários para desafogar o trânsito na Região dos Lagos

A melhoria da estrutura logística – com investimentos em estradas e no aeroporto internacional – é o caminho para incentivar o Turismo e diversificar a base produtiva da economia da Região dos Lagos. Os projetos foram apresentados por empresários, representantes de entidades de classe e autoridades durante reunião com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), na quinta-feira (9), no Hotel Sesc, em Cabo Frio.

A integrante da Associação dos Amigos do Peró, a microempresária hoteleira Martha Rocha, destacou a construção da Estrada do Nelore, via que liga as cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação de Búzios, considerada fundamental para o desenvolvimento da economia do turismo e a atração de negócios.

“A Estrada do Nelore só tem 2,5 km e seria de grande valia para a mobilidade de toda região”, afirmou a empresária hoteleira Martha Rocha

Desafogar o trânsito para é uma das maneiras de atrair visitantes. Nesse sentido, outra prioridade é a conclusão da RJ-140, que liga Silva Jardim a São Pedro da Aldeia, tirando o excesso de carros em Iguaba Grande.

“A nossa região tem um potencial imenso. Temos tudo, beleza natural incrível e uma boa logística. Mas precisamos de melhorias. Essa ligação da RJ-140 é fundamental para aumentar nosso fluxo de turistas”, declarou o representante da Firjan do Leste Fluminense, Ricardo Guadagnin.

Ainda no setor de Turismo, duas medidas que dariam mais dinamismo à atividade principal da região são a construção de um centro de convenções e o fortalecimento da segurança pública nos municípios.

“Cabo Frio e Araruama têm altíssimos índices de mortes letais violentas. É fundamental o combate à violência com tecnologia de ponta, com a utilização de totens, softwares de qualidade, banco de imagens e câmeras”, sugeriu o cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Bahia.

Ceciliano ouviu os pedidos e informou que está em contato com o governador Cláudio Castro na busca de soluções para as demandas. Ele lembrou que é preciso também planejar a região a longo prazo.

“O governador já nos adiantou que enviará à região equipes para sanar esses principais gargalos levantados na reunião. No caso do Centro de Convenções, há um terreno em frente à InterTV, aqui em Cabo Frio, que pode ser viável. Além desses problemas locais, também temos que olhar para daqui a 20, 30 anos, planejar projetos estruturais e melhorias econômicas. Estamos em uma janela de oportunidades, sendo necessário discutir o Rio além do petróleo”, declarou Ceciliano.

Mapeamento de potencialidades

O encontro faz parte da agenda de discussões que a Alerj está promovendo para divulgar o Fundo Soberano e mapear as potencialidades econômicas regionais. Nesta sexta-feira, às 10h, Ceciliano participa de um encontro com representantes de 13 municípios no Hotel Malibu, em Cabo Frio. O Fundo é um misto de reserva e aplicação financeira, constituído com recursos excedentes dos royalties e participações especiais do petróleo e do gás natural. A estimativa é de que ele já inicie o ano de 2022 com cerca de R$ 2,4 bilhões em caixa.

“Estamos ouvindo representantes de todas as regiões. Já fomos a Itaguaí, Volta Redonda, Campos e Itaperuna. Agora estamos aqui em Cabo Frio. A Região dos Lagos tem um potencial turístico imenso, além da logística, já que o Aeroporto Internacional de Cabo Frio é responsável por 25% de tudo o que o Estado do Rio importa dos Estados Unidos. É necessário criar formas de financiarmos e subsidiarmos novas rotas para o aeroporto, tanto comerciais quanto de passageiros”, afirmou Ceciliano.

O diretor do aeroporto, Rodrigo Bueno, ressaltou que é preciso apoio do setor público nos investimentos para atrair novos negócios. “As empresas de aviação não vão mudar uma rota cheia, como São Paulo a Porto Seguro, por uma que não tem garantias, como vir a Cabo Frio. O empreendedor local também não tem recursos suficientes para subsidiar rotas. Por este motivo, é fundamental que as instituições públicas financiem as rotas, dando garantia às empresas de aviação caso os voos não lotem”, explicou.

A preservação do meio ambiente também foi abordada com a discussão sobre o pedido de tombamento das Dunas do Peró. O projeto está em tramitação na Alerj e conta com apoio da representante da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Thais de Figueiredo. “Nossa região tem que tratar o turismo sem se esquecer da questão ambiental. O meio ambiente é fundamental e precisa ser preservado para mantermos as belezas naturais”, afirmou.

O diretor da Assessoria Fiscal da Alerj, economista Mauro Osório, afirmou que a Região dos Lagos deve diversificar a economia e não depender somente do turismo. “Óbvio que a atividade turística é importante, mas sozinha não haverá desenvolvimento. O município de Macaé, por exemplo, tem um turismo desenvolvido porque conta com uma atividade econômica grande. Turismo não é só lazer, mas também de negócios. Cabo Frio, por exemplo, deveria ser um polo exportador da moda praia. É preocupante o baixo número de carteiras assinadas na Região dos Lagos, só perdendo para o Noroeste Fluminense”, contextualizou.

Também participaram da reunião os deputados Subtenente Bernardo (PTB) e Francine Motta (MDB), além do diretor da Alerj, Jânio Mendes.

Por Rafael Wallace
Texto: Comunicação Social da Alerj

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