Pressionado pela maioria de sua base, que rejeita o nome de Alessandro Molon, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), liberou os correligionários para que apoiem quem preferirem na corrida ao Senado. A preferência por Molon estava lastreada na posição dos deputados Pedro Paulo e Marcelo Calero e desagradava a base do prefeito na Câmara Municipal, onde o presidente Carlo Caiado lidera movimento em favor da pré-candidatura de André Ceciliano, com a participação de 30 vereadores.
Deputados estaduais, entre os quais Luiz Paulo, Átila Nunes, Lucinha e Adriana Balthazar, também pressionavam para a adesão a Ceciliano, presidente da presidente da Alerj. Todos mantém bom relacionamento com o deputado petista, fruto da convivência no parlamento.
Um dos principais entusiastas do nome de Ceciliano, Átila Nunes não esconde as resistências internas a um eventual apoio a Molon.
– Até segunda ordem, estamos livres para apoiar o Ceciliano. Já colocamos ao prefeito que não pretendemos declarar apoio ao Molon ou pedir votos — disse.
A declaração de apoio do PSD tem efeito político, é simbólica, mas está fora do arco formal de alianças, já que tanto Molon quanto Ceciliano são pré-candidatos ao Senado na chapa de Marcelo Freixo (PSB), enquanto o PSD apoia na corrida ao governo estadual o PDT de Rodrigo Neves. Os pedetistas devem lançar Ivanir dos Santos ao Senado.
Nos cálculos das lideranças do PSD, o apoio de Paes a Molon representaria uma ameaça: caso perca a disputa ao Senado, o candidato do PSB é visto como postulante natural à prefeitura em 2024, quando o prefeito deve tentar a reeleição. Apostar em Ceciliano ou manter uma posição mais neutra, portanto, representaria uma postura mais equilibrada no cálculo político.
Com informações: Agenda do Poder