Em meio à redução de sua base eleitoral mais fiel e sem segurança jurídica para se filiar ao Patriota, que vive disputas internas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) busca uma alternativa em siglas que o apoiam no Congresso, como PP, PL e Republicanos, para disputar a reeleição. O PTB de Roberto Jefferson (foto com Bolsonaro) e siglas nanicas como PTC e PMB não foram descartadas. O plano original era se filiar ao Patriota para ter o controle dos diretórios estaduais e da maioria da executiva nacional.
A legenda, por sua vez, buscaria com a filiação de Bolsonaro ampliar a bancada de deputados federais em 2022 e, assim, superar a cláusula de barreira e angariar maior fatia do fundo partidário.
O senador Flávio Bolsonaro (RJ), que se filiou ao Patriota no fim de maio para abrir caminho à entrada do pai, já admite uma possível saída da sigla. Segundo Flávio, a ideia é que Bolsonaro já esteja numa nova legenda neste ano. O prazo de filiação para disputar as eleições vai até abril de 2022.
“Estamos avaliando alternativas como PP, PL e Republicanos. Não seria o que queríamos inicialmente, que era o presidente ter um partido para chamar de seu. Mas, por outro lado, tem a vantagem de já estar em um partido maior, com mais tempo de televisão e fundo partidário, para disputar a eleição. A decisão está com o presidente”, disse Flávio ao Globo, ressaltando que o Patriota ainda é uma opção.
Além da dificuldade partidária, Bolsonaro enfrenta um revés em sua popularidade entre seus apoiadores mais fiéis. O grupo identificado como “heavy” pelo Datafolha — aquele que votou em Jair no segundo turno de 2018, aprova o governo e acredita nas declarações do presidente — saiu do pico de 17% em agosto de 2020 para 11% do total no último levantamento, divulgado na semana passada.