O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que, a partir de 1º de março deste ano, os impostos federais cobrados em botijões de gás e no diesel S10 vão ser retirados do valor final dos produtos. Apesar da medida, na prática, as alíquotas zero do Governo Federal correspondem a pouca ou quase nada economia para o bolso do consumidor.
Empresário do ramo de transportadoras, Gérlio Figueiredo, criticou a medida do Governo e afirmou que a redução não vai impactar financeiramente nas contas da empresa, como era esperado pela categoria.
“Ao fazermos as contas, percebemos que o valor pago aos impostos federais não são os mais caros pagos por nós, consumidores. Muitas vezes as taxas pagas ao Estado são as que mais pesam, sem contar o valor cobrado pelas distribuidoras, que são, muitas vezes, as responsáveis pelos preços altos”, afirma.
A Petrobras afirma que do valor cobrado pelo diesel S-10, 49% são custos do combustível na petrolífera, 15% de distribuição e revenda, 13% referentes a custo do biodiesel, 14% é o peso do ICMS (estados) e 9% de impostos federais (Cide-Combustíveis), PIS/Pasep e Cofins.
Já os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que os cerca de 9% de impostos federais cobrados, correspondem a R$ 3,87, em média. Para o consumidor final, o desconto sairia em torno de R$0,34 por litro.
“Quando a gente coloca na ponta do lápis, percebe que em uma enchida de tanque a redução é de menos de R$ 200. Não significa muito”, aponta. “Para nós do ramo, a economia deveria ser mais, já que temos outros gastos além do combustível e por fazer um trabalho essencial para o funcionamento de vários segmentos do país”, completa.
MF Press Global