O Promotor de Justiça Marcelo Lessa Bastos não resistiu e morreu no sábado (14), aos 51 anos, vítima de choque séptico – infecção generalizada que causa falência múltipla de órgãos. Ele estava internado no Hospital Geral Dr. Beda há 10 dias, quando deu entrada já em estado grave com até 90% dos pulmões comprometidos em decorrência de uma deficiência cardíaca grave .
Marcelo Lessa chegou a passar por cirurgia cardíaca para corrigir uma falha na válvula mitral que jogava líquido para os pulmões e utilizou suporte circulatório extracorpóreo, denominado ECMO.
Autoridades, políticos de Campos e amigos de Marcelo Lessa prestam homenagens escritas ao promotor de justiça. O corpo de Lessa está na sede do Ministério Público e o velório acontece a partir das 10h deste domingo (15). Pela manhã, um carro da Polícia Militar estava em frente ao prédio.
Às 13h, o corpo será traslado para o Campo da Paz. Às 15h, haverá uma missa na capela do Campo da Paz e o enterro está marcado para às 17h.
O procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, enviou uma nota à Imprensa lamentando o falecimento do promotor. “É com muito pesar que recebo a notícia do falecimento do promotor de Justiça Marcelo Lessa. O MPRJ rende todas as homenagens a esse profissional que sempre exerceu suas funções com extrema dedicação e competência. Hoje é um dia triste para o MPRJ”, pontuou o PGJ.
A Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj) publicou uma nota de solidariedade a Marcelo Lessa – quando ele ainda estava internado – e apoio a família. O Conselho Superior do Ministério Público do Rio de Janeiro fez uma moção de apoio ao colega.
História
Conhecido por seu temperamento forte, o promotor atuou em várias frentes públicas em defesa do cumprimento de leis, em operações policiais e em ações de choque de ordem urbana. Atuou em frentes para garantias do acesso ao transporte público durante a greve dos rodoviários de Campos e no retorno do atendimento a pacientes na Santa Casa de Misericórdia durante intervenção judicial.
Também no exercício de sua função, Lessa deu voz de prisão em flagrante a um médico ortopedista, por suspeita de cobrar consultas médicas pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
Ele chegou a fazer parte do gabinete de crise municipal no plano de retomada das atividades econômicas durante a pandemia do coronavírus.
Marcelo Lessa deixa a esposa, Viviane Lessa e um casal de filhos. Além do seu trabalho como promotor, escritor e professor, Lessa era piloto de ultraleve.
Formação
Marcelo Lessa estudou Direito na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conquistou título de Doutor pela Universidade Gama Filho, igressou no Ministério Público em 1994 e era titular da Promotoria de Tutela Coletiva de Campos. Em 1995, Marcelo assumiu a cadeira de Direito Processual Penal no Centro Universitário Fluminense (Uniflu), onde lecionava. Lessa também era professor da disciplina “Noções de Direitos Médicos” da Faculdade de Medicina de Campos; era, também, Avaliador do MEC para atos regulatórios de autorização de novos cursos superiores.
Marcelo Lessa também era escritor. Em 2004, ele publicou o livro “A investigação nos crimes de ação penal de iniciativa pública”. Em 2007, lançou: “Escritos de Direito Penal e de Processo Penal”.